Um pouco irônico dizer isso após estar em um aplicativo em que pessoas escrevem, em que eu escrevo, além de eu já ter escrito dois textos aqui e considerar o mais recente o meu auge — mesmo tendo somente 19 anos, mesmo querendo largar o meu curso atual para cursar jornalismo, para viver da escrita, sonhando um dia ser uma escritora reconhecida.
E é por isso que eu odeio escrever.
Meu amor pela escrita sempre foi explícito para todos desde cedo. Inspirada e influenciada pela minha mãe e minha irmã, sempre fui a garota de humanas, que sempre escolhia uma redação de 30 linhas em vez de resolver um cálculo. Aquela que cresceu carregando sempre um livro na mochila, inventava histórias, escrevia poemas e tinha uma caixa para guardá-los. Amizades até me pediam para escrever algo sobre elas. Participei de clubes de livros e de escrita, tive o anseio de me especializar, de escrever um livro, de passar em uma federal para jornalismo… mas, aparentemente, após julgar tanto a Rory Gilmore, eu falhei tanto quanto ela — talvez até mais…
“They told me all of my cages were mental
So I got wasted like all my potential”
This is me trying - Taylor Swift
Hoje, o meu único contato com a escrita é esse site, e ainda assim sou inconstante. Oscilo em uma relação de amor e ódio. Sou uma estudante de estética e cosmetologia e, uau, uma diferença radical do meu sonho primário. Penso e repenso sobre largar essa área e ir para linguagens. Talvez algum dia eu me torne mais corajosa — e então as palavras me encontrarão novamente — E ninguém me esquecerá.
Provavelmente eu tenho a arte da auto sabotagem em minhas veias em cada situação que desafia meus limites. Por isso, sinto que estou sempre fugindo. Tinha tantos temas anotados no meu bloco de notas para escrever após o meu último post aqui, mas não me senti capaz. Para mim, nenhum seria bom o suficiente para me manter no “auge” que aquele, em específico, me fez sentir — e realmente é uma possibilidade isso não acontecer durante um bom tempo.
Enquanto eu estava escrevendo esse texto, eu pensei — e ainda penso — em deletar tudo a cada palavra escrita, porque é uma sensação péssima admitir que eu nunca estive no auge de nenhum dos meus talentos ou sonhos. Quando estive quase lá, tive medo de falhar na ponta da pirâmide.
No fim, talvez eu não odeie escrever realmente. Talvez eu odeie aquilo que me faz parar de escrever: eu mesma.
Da mesma forma que eu corro para minhas paixões, chega um momento em que eu nado contra elas, fugindo da sensação do fracasso antecipado.
E é por isso que irei fugir deste texto — um texto incompleto. Incompleto como minha alma ,
[Este texto nunca terá um final, e isso é o que sou.]
Izzy entendo bem a sensação, as vezes a gente tem TANTO medo do fracasso que se abstém da tentativa, mas aqui vai um conselho (que você nem precisa seguir pq eu mesma não sigo, mas talvez devêssemos), depois de um tempo, isso se torna um ciclo vicioso sem fim. Então, siga em frente, escreva até aquelas palavras que você deseja MUITOO apagar.
CARAMBA! que texto! nao desista dos seus sonhos, continue lutando mesmo que a sua pior inimiga seja você mesma, pq sempre vai ser, você consegue!!